Levantamento anual do Fórum Internacional de Transportes, órgão vinculado a OCDE, coloca a Noruega como país com o menor número de mortes no trânsito; Brasil segue fora da lista que conta com 35 nações avaliadas
Por Redação
o Brasil caminha em sentido contrário quando o assunto é segurança no trânsito (Foto: Shutterstock)
Recentemente, a MundoLogística divulgou o ranking das estradas mais perigosas do mundo, cujas dificuldades incluem desde condições climáticas adversas – como excesso de neblina, neve e tempestades em terrenos adversos – até o mal estado de conservação dos trechos em países tão diversos como Nova Zelândia e Bolívia.
Mas olhar para o “copo meio cheio” quando pensamos em segurança logística é também fundamental, inclusive para que o Brasil possa colher exemplos positivos em uma busca pela redução de acidentes – que, aliás, se conecta com o objetivo da OMS (Organização Mundial de Saúde) de redução de 50% das mortes e lesões no trânsito dentro de uma perspectiva global.
Nesse sentido, no artigo de hoje, selecionamos os 7 países mais seguros para se dirigir, de acordo com a última edição do levantamento anual “Road Safety Annual Report”, produzido pelo Fórum Internacional de Transportes da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento) e divulgado no último mês de dezembro.
Em sentido contrário às estradas mais perigosas, os países mais seguros para se dirigir são menos diversos – 6 das 7 nações com menos mortes no trânsito fazem parte da União Europeia, resultado de uma série de políticas bem-sucedidas com foco na queda dos índices de morte no trânsito. Entre 2010 e 2020, por exemplo, o bloco conseguiu diminuir em 36% seu número de acidentes fatais.
OS 7 PAÍSES MAIS SEGUROS PARA DIRIGIR
Considerando então os resultados da pesquisa de 2022 do Fórum Internacional de Transportes, confira os 7 países mais seguros para se dirigir e que possuem o menor número de mortes no trânsito por 100 mil habitantes:
- Noruega
A Noruega lidera, já há alguns anos, o ranking de países mais seguros para se dirigir do Fórum Internacional de Transportes, com o índice de apenas 2,1 mortes no trânsito a cada 100 mil habitantes.
Para termos uma ideia mais clara do nível de segurança de suas estradas, a cada 1 bilhão de quilômetros rodados, o país registrou somente 1,8 acidentes fatais.
- Suécia
Na segunda posição da lista e muito próximo da Noruega, temos outro país nórdico: a Suécia, com um número de mortes de 2,2 por 100 mil habitantes. O país é também uma das 4 nações com menos de 3 mortes a cada 1 bilhão de quilômetros rodados por veículos (2,6); acima, no entanto, da Dinamarca (2,4) e da Islândia (2,3).
- Islândia
A Islândia, aliás, fecha o ranking dos países mais seguros para se dirigir, com o equivalente a 2,4 mortes no trânsito para cada 100 mil habitantes.
É importante notar, no entanto, que recentemente o país enfrentou um leve aumento de acidentes entre turistas devido a um fato curioso: os condutores deixam se atentar às estradas enquanto observam a paisagem e as auroras boreais comuns no país.
- Japão, Reino Unido e Dinamarca
Dividindo a quarta posição do ranking, com 2,6 mortes no trânsito a cada 100 mil habitantes, temos o Reino Unido, Dinamarca e Japão – este último, o único país fora da União Europeia com menos de 3 acidentes fatais nas rodovias por 100 mil moradores.
O Japão tem outra marca significativa nesse sentido, sendo o quarto país que mais reduziu mortes no trânsito dentre os anos de 2012 e 2022 (38,9%) e ficando atrás apenas da Lituânia (60,1%), Coreia do Sul (49,2%) e Polônia (46,9%) em redução de acidentes fatais.
- Suíça
Fechando a lista, a Suíça aparece como o sétimo país mais seguro para os condutores, com 2,8 mortes no trânsito por 100 mil habitantes. Entretanto, o país viu um aumento significativo de 11,1% em seu índice de acidentes fatais entre o triênio de 2017-2019 e 2022.
E O BRASIL? A IMPORTÂNCIA DA MUDANÇA DA CULTURA DO TRÂNSITO NO PAÍS
Dentro do cenário atual, o Brasil caminha em sentido contrário quando o assunto é segurança no trânsito: com uma média de mortes superior a 20 a cada 100 mil habitantes, o país, na verdade, está entre as nações mais perigosas para se dirigir.
Considerando o ano de 2022 (base para a última edição do Road Safety Annual Report), mesmo com um leve declínio no número de acidentes fatais (31.174 mil), o Brasil ainda ocupa a preocupante posição de terceiro país que mais registra óbitos no trânsito.
Esse contexto mostra a necessidade de uma mudança cultural que envolve desde a conscientização de motoristas acerca de comportamentos de risco no trânsito até a ampliação de investimentos públicos para uma maior qualidade das estradas do país.
ESTRADAS DO FUTURO
Enfrentar o desafio dos acidentes em estradas e rodovias do Brasil não é uma questão simples e, ao mesmo tempo, trata-se de uma demanda que pede urgência. De acordo com dados da CNT (Confederação Nacional de Trânsito), só em 2022, mais de 64 mil acidentes foram registrados no país — desses, 82,1% deixou vítimas, incluindo mortos e feridos. Em termos gerais, o Brasil ocupa a preocupante posição de 3º país com o maior número de mortes no trânsito, conforme relatório da OMS (Organização Mundial de Saúde).
A MundoLogística lançou a campanha “Estradas do Futuro”, uma iniciativa que conta com patrocínio da nstech e da Quartzolit, apoio da Onisys, da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL) e da Associação Brasileira de Logística (Abralog). Por meio da campanha, o intuito é unir os diferentes atores da cadeia logística nacional, difundindo conteúdos educacionais que tragam tanto visibilidade para a pauta da segurança no transporte rodoviário, quanto práticas e divulgação de soluções que possam colaborar com a capacitação e proteção de motoristas.
Fonte: Mundo Logística
