O número de multas por descumprimento da Lei do Descanso aumentou em 300% no primeiro trimestre desse ano. Segundo dados fornecidos pela Polícia Rodoviária Federal, o total passou 4.898 autuações em 2023 para 20.320 no mesmo período desse ano (+315%).
O crescimento se deve em parte à intensificação da fiscalização no primeiro trimestre pela Polícia Rodoviária Federal ao cumprimento da Lei do Descanso nas rodovias federais.
De acordo com a Lei do Descanso, os motoristas devem parar por 30 minutos a cada seis horas de trabalho. Além disso, também proíbe dirigir por mais de cinco horas e meia consecutivas sem interrupção.
Lei do Descanso visa evitar cansaço excessivo e estresse
Isso porque o cansaço excessivo e o estresse impactam física e psicologicamente sobre o motorista. Também afetam a atenção e a capacidade para focar e podem comprometer uma direção segura no trânsito.
“Um motorista cansado pode ignorar uma sinalização importante e se envolver em um acidente”, diz Carlos Luiz Souza, psicólogo e especialista em Trânsito e vice-presidente da Associação de Clínicas de Trânsito do Estado de Minas Gerais (Actrans-MG).
“Uma pessoa estressada tende a reações emocionais desproporcionais podendo agir de forma imprudente e agressiva, dirigindo acima da velocidade e desrespeitando outras normas”, complementa.
Como é sabido pela grande maioria dos motoristas, o cansaço extremo compromete a concentração e a motivação e torna a condução uma atividade arriscada. “Podem trazer consequências devastadoras para a segurança no trânsito”, complementa o especialista.
Letalidade envolvendo caminhões é maior
Segundo dados da PRF, a letalidade dos casos envolvendo caminhões no ano passado foi praticamente o dobro da registrada em sinistros com outros tipos de veículos. Foram registradas 2.611 mortes em 17.579 sinistros com caminhões.
A proporção em acidentes envolvendo caminhões é de 1 morte a cada 6,7 sinistros. Na mesma comparação com outros tipos de veículos, o resultado registrado foi de 1 morte a cada 12 sinistros (67.723 acidentes com 5.621 mortos).
Carlos Luiz Souza lembra que o cansaço extremo compromete a concentração e a motivação do motorista, tornando arriscada a condução do veículo. “Motoristas cansados não estão em plena capacidade de perceber estímulos e tomar decisões rápidas, o que é crucial para a segurança no trânsito”, acrescenta.
“Para motoristas profissionais, que muitas vezes enfrentam longas jornadas de trabalho, a privação de sono e o cansaço podem ser particularmente perigosos por causa das consequências devastadoras para a segurança no trânsito”, explica
Fonte: Portal O Carreteiro