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A Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) aposta na diversificação de portifólio e leitura atenta do mercado para enfrentar os desafios de 2025. Entre eles podemos citarjuros elevados, crédito mais restrito, inflação pressionando custos e incertezas no cenário político e econômico  Em um ambiente de decisões cautelosas por parte dos transportadores e retração em segmentos estratégicos, como o de caminhões extrapesados, a indústria precisou se adaptar rapidamente para manter competitividade. Para Ricardo Alouche, vice-presidente de marketing e vendas da Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO), entender o momento do transportador e antecipar movimentos é fundamental para transformar um cenário adverso em oportunidades de crescimento.

Para Alouche, o ano de 2025 começou sob um cenário pouco favorável para a economia brasileira e para o setor automotivo. Juros elevados, inflação em alta, instabilidade política interna e um ambiente externo desafiador compuseram o pano de fundo que marcou os primeiros meses do ano. Ainda assim, a Volkswagen Caminhões e Ônibus conseguiu transformar adversidades em oportunidades e encerrou o período com resultados positivos em segmentos estratégicos do mercado.

Segundo Alouche, a capacidade de adaptação da empresa foi determinante. “Começamos o ano sabendo que seria desafiador, mas temos um portfólio muito amplo, que vai de caminhões de 3 toneladas até modelos de 125 toneladas, além de uma família completa de ônibus. Isso nos permite aproveitar oportunidades em diferentes segmentos”, afirma.

Leves e médios puxam crescimento

Dentro desse contexto, os caminhões leves e médios foram os grandes protagonistas em 2025. A linha Delivery, já consolidada no mercado, reforçou sua posição como referência no segmento, enquanto o Constellation manteve bom desempenho impulsionado pela retomada de investimentos em infraestrutura, limpeza urbana e logística de distribuição.

“Delivery e Constellation cresceram cerca de 20% no acumulado até setembro, na comparação com o mesmo período do ano anterior”, destaca Alouche. Para ele, o desempenho reforça o alinhamento da marca às necessidades do transportador brasileiro, que busca confiabilidade, conforto, dirigibilidade e baixo custo operacional.

Extrapesado sente impacto do agro e dos juros

O principal desafio do ano ficou concentrado no segmento de caminhões extrapesados, especialmente no agronegócio. Apesar do recorde de safra, o achatamento do valor das commodities reduziu a rentabilidade por tonelada transportada, elevando a inadimplência e dificultando o acesso a novos financiamentos.

“O setor logístico e industrial se manteve relativamente estável. O que realmente retraiu foi o extrapesado ligado ao agro, muito impactado pela inadimplência”, explica o executivo. A situação foi agravada pelo patamar elevado da taxa Selic, que encareceu as parcelas e aumentou o risco financeiro para transportadores.

Financiamento: consórcio ganha força e Finame perde espaço

Com os juros elevados, o mercado passou a buscar alternativas ao financiamento tradicional. O consórcio se destacou como uma das principais opções em 2025, atraindo inclusive clientes historicamente resistentes a esse modelo. “O consórcio oferece uma taxa muito menor do que o CDC e do que a Selic atual. Isso explica o crescimento expressivo dessa modalidade”, diz Alouche.

Outro movimento que chamou atenção foi o aumento das compras à vista, muitas vezes viabilizadas por negociações diretas ou pela venda de ativos. Já o Finame, que no passado representou mais de 60% das operações, perdeu protagonismo por oferecer taxas semelhantes às do CDC, porém com maior burocracia.

Segundo Alouche, a retomada do Finame é possível, desde que haja ajustes. “Uma pequena redução de taxa já seria suficiente para gerar um volume incremental significativo. A Anfavea está em diálogo com o governo para buscar condições mais atrativas, especialmente para pequenas e médias empresas”, afirma.

Perspectivas: recuperação gradual a partir de 2026

A expectativa da Volkswagen Caminhões e Ônibus é de que o mercado comece a se recuperar de forma gradual nos próximos anos, acompanhando um possível viés de queda da Selic. No entanto, Alouche é cauteloso quanto ao ritmo dessa retomada. “Não será algo imediato. A taxa não cai cinco pontos de uma vez. A recuperação será progressiva”, avalia.

Para 2026, o executivo prevê um cenário “menos difícil” do que 2025, inclusive para o extrapesado, ainda que os desafios persistam. Já uma retomada mais consistente deve ocorrer a partir de 2027, impulsionada pela necessidade de renovação de frota represada nos últimos anos.

Delivery se consolida como referência do mercado

Entre os destaques do portfólio, o Delivery segue como o principal símbolo do bom momento da marca. “Hoje ele é o benchmarking do mercado. Pela confiabilidade, conforto, dirigibilidade, silêncio e valor de revenda, tornou-se o caminhão de referência do segmento”, afirma Alouche.

O modelo encerra o ano como o caminhão mais vendido do Brasil, com vantagem superior a mil unidades sobre o segundo colocado. Dentro da família, o Delivery Express também vem ganhando espaço, especialmente no last mile e nas operações de entrega urbana e comércio eletrônico.

“O Express concorre com produtos que não são exatamente caminhões. Pode até custar mais, mas entrega durabilidade, capacidade de carga, baixo custo operacional e alto valor de revenda. Por isso, vem conquistando clientes novos e grandes operadores logísticos”, conclui o vice-presidente.

Fonte: Portal O Carreteiro

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