Em participação na coluna “Drops de Logística”, executivo também comentou sobre as transformações causadas no setor e os skills necessários para um logístico
Por Christian Presa
“Nada mais forte do que um time complementar e com diferentes backgrounds” (Foto: Divulgação)
O “Drops de Logística” desta semana traz a participação de Rafael Pinto, Supply Chain Director da Daki. No questionário desta coluna, o executivo salientou a importância das pessoas e da representatividade no setor, a transformação causada pelo conceito de customer centricity e a tendência do ESG como algo que veio para ficar.
Leia na íntegra!
Qual foi a maior mudança que a logística brasileira teve nos últimos 10 anos?
Customer centricity. Com o crescimento do e-commerce, a logística assumiu protagonismo no negócio, sendo diretamente responsável pelo encantamento do cliente. Isso passou a demandar um perfil diferente de profissional, com conhecimento em eficiência operacional como sempre, mas com visão de negócio e orientação ao cliente como nunca.
Qual tema na logística é, em sua opinião, ultrapassado?
Que logística é um mundo masculino, hétero cis normativo. Nada mais forte do que um time complementar e com diferentes backgrounds. A logística é de todxs e para todxs.
Além da tecnologia, qual vai ser a maior tendência em logística nos próximos anos?
ESG. É algo cada dia mais valorizado pelo cliente final. A responsabilidade social e pela redução da pegada de carbono da cadeia de suprimentos é mais do que uma moda passageira. É real e veio para ficar.
Qual é diferencial da logística brasileira?
Nossa capacidade de inovar e ser flexível. “Mar calmo nunca fez bom marinheiro”. Quem consegue ser eficiente e eficaz no contexto tributário-econômico-político do Brasil, consegue em qualquer lugar do mundo.
O que os logísticos brasileiros precisam aprender com os outros países?
A força da simplicidade. Eu aprendi que se não está simples, é porque não chegou ao fim. Veja o caso da constituição dos EUA, uma das maiores potências econômicas do mundo, tem apenas cinco páginas e sete artigos.
Cite um impacto negativo que a tecnologia teve no setor de logística.
A tecnologia é algo incrível e necessário. Mas ela precisa ser aplicada para resolver problemas reais, do tipo que gera valor para o cliente. O único contra é quando vejo empresas embarcando na chamada “transformação digital” sem uma motivação clara.
Qual a característica mais marcante que um logístico precisa ter?
Entendimento de pessoas. As empresas são feitas por pessoas e para atender as necessidades pessoas. Sem entender, saber lidar e engajar o lado humano, não existe uma jornada sustentável em nenhuma empresa ou setor.
Cite uma referência dentro da logística para você (um profissional, empresa, país ou cadeia de abastecimento).
Os três professores que tive enquanto trabalhei na Integration Consultoria: Gilberto Sarian, João Barros e Luis Vidal.
O que você faz para relaxar quando não está trabalhando?
Ciclismo de estrada. Sou viciado na endorfina e na adrenalina inerentes a esse esporte.
Qual é a sua filosofia de vida?
Um sonho é mais poderoso que mil realidades. Tem um poema chamado “If”, do Rudyard Kipling, que gosto muito e traduz muito bem essa frase.
Fonte: Mundo Logística