
A Associações que representam caminhoneiros e empresas transportadoras de cargas afirmaram que são contra às paralisações e bloqueios promovidos por caminhoneiros em rodovias ao redor do país desde na noite do último domingo (30), de acordo com o G1.
De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na manhã desta terça-feira (1°) ainda havia 271 pontos de bloqueios, totais ou parciais, em diversas rodovias federais. A corporação afirmou que 192 bloqueios já foram desfeitos, sem detalhar a localização.
As paralisações são realizadas por caminhoneiros bolsonaristas que não aceitam o resultado das eleições, que terminaram com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.
Na noite de segunda (31), os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) formaram maioria e aceitaram a decisão de Alexandre de Moraes, presidente da Corte, que determinou que a PRF realize operações para liberar as vias ocupadas.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) classificou os movimentos como antidemocráticos e destacou que é falsa a alegação de que essa manifestação representa a toda a categoria. “Importante deixar claro que esse movimento não é organizado pelos trabalhadores”, pontua nota emitida pela entidade.
“A pauta dos caminhoneiros não é política, mas econômica. Os 800 mil caminhoneiros autônomos e celetistas da base da CNTTL continuarão a luta pela volta da aposentadoria ao 25 anos de trabalho, pela consolidação do Piso Mínimo de Frete, pela criação de pontos de parada e descanso, pela redução do preço do combustível e pela defesa da Petrobras”, afirma a Confederação.
Já a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) disse que é “veemente contra movimento grevista, de natureza política, que fere o direito de ir e vir de todos os cidadãos”.
Wallace Landim, popularmente conhecido como Chorão e presidente da Abrava (associação de caminhoneiros) disse, em vídeo publicado em sua conta no Instagram, que a categoria precisa reconhecer a vitória do presidente eleito.
Segundo Landim, a luta dos caminhoneiros deve continuar por melhorias para os trabalhadores do setor, mas ele ressalta que para isso é necessário respeitar a democracia. “A categoria precisa ter um alinhamento com o próximo governo”, pontua o presidente da Abrava.
Supermercados e setor de alimentação se manifestam
Associações de outros segmentos também começaram a se manifestar. A Associação Paulista de Supermercados (APAS) informou que tem monitorada a cadeia de abastecimento e, até o momento, não detectou “qualquer anormalidade” ou a escassez de produtos em função dos bloqueios. “Como medida de contingência, a APAS tem orientado os supermercados associados, quando possível, que antecipem a logística de suas lojas e centros de distribuição”, afirma.
A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) também segue monitorando a situação dos caminhoneiros, a fim de antecipar os impactos sobre o abastecimento de alimentos para a população. Em nota, a Associação ressalta que as operações de produção, distribuição, comercialização e entrega de alimentos e bebidas são consideradas atividades essenciais pelo governo desde 2020.
“É fundamental, portanto, que haja a livre circulação de caminhões e veículos privados ou coletivos que transportem colaboradores da indústria de alimentos e bebidas, bem como insumos e produtos acabados para abastecer os varejos e os estabelecimentos de alimentação, assegurando, desta forma, o bem-estar da sociedade”, diz a ABIA.
João Galasi, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), enviou nota pedindo apoio ao presidente Jair Bolsonaro, “a respeito das dificuldades de abastecimento que já começam a enfrentar os supermercadistas em função da paralisação dos caminhoneiros nas estradas do país”.
Leia também: Caminhoneiros bloqueiam rodovias após derrota de Bolsonaro
Fonte: G1
Foto: Divulgação/Marcos Maluf/Campo Grande News
Portal Estrada – Negócios em Transporte & Logística
Fonte: Portal Estrada